Fiquei tão preocupada com meu atendimento que esqueci de almoçar: Sobre autocuidado para psicólogas

Equilibrar entrega e autocuidado é a chave para uma carreira sustentável, saudável e realizada.

Você já viveu aquela situação de estar tão imersa numa tarefa, naquela devolutiva que precisa ser perfeita ou nas demandas do consultório que parecem não ter fim… e simplesmente esqueceu de cuidar de você mesma?

Talvez tenha pulado o almoço, atrasado seu descanso, ignorado aquele sinalzinho do corpo pedindo uma pausa… Se identificou?

Saiba que essa realidade é muito comum principalmente quando queremos mostrar o nosso valor, conquistar pacientes e construir uma carreira sólida.

Mas essa entrega intensa e constante pode custar caro: para sua saúde, para sua carreira e para seu bem-estar emocional.

Neste texto, quero te convidar para mergulhar no tema do autocuidado negligenciado por excesso de entrega. Vamos conversar um pouco sobre o que pode estar por trás disso, quais os riscos do estresse crônico e, claro, apresentar caminhos para equilibrar essa balança, crescer com leveza e prosperar na profissão.

Por que a gente se perde no autocuidado?

É comum, no começo da carreira, sentir aquela vontade imensa de estar sempre disponível, responder rápido, entregar além do esperado.

Queremos provar para nós mesmas e para o mundo que somos competentes e dedicadas. Esse sentimento, embora legítimo, pode acabar sabotando nosso próprio equilíbrio.

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Quando a entrega vira excesso, a gente começa a negligenciar o que mais importa: a nossa saúde física e emocional. Sem isso, a qualidade do trabalho e a satisfação profissional ficam comprometidas.

Um estudo publicado no Journal of Clinical Psychology (2021) revelou que 62% dos psicólogos recém-formados relatam negligenciar o autocuidado devido à carga emocional e ao excesso de trabalho.

Além disso, a American Psychological Association (APA, 2023) enfatiza que o estresse constante sem pausas adequadas afeta negativamente a qualidade do atendimento e aumenta o risco de burnout.

Esses dados são um alerta para que a gente repense nossa rotina e entenda que autocuidado não é luxo, mas sim uma necessidade vital para uma prática clínica sustentável.

Quando ter a agenda cheia era o meu maior sonho (e quase perdi o controle da minha vida)

No começo da minha carreira, eu tinha um sonho: ter a sonhada agenda lotada.

Para mim, isso era sinônimo de sucesso, reconhecimento e segurança. Atendia pacientes sem parar, atualizava prontuários, respondia mensagens e fazia devolutivas com senso de urgência constante.

No meio dessa correria, deixava de lado necessidades básicas como alimentar-me, descansar, cuidar do meu corpo. Tudo parecia urgente demais para esperar. Eu acreditava que precisava estar disponível 100% do tempo, como se fosse uma máquina sem limites.

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Até que minha supervisora da época, com sua sabedoria, me disse uma frase que mudou minha forma de enxergar o autocuidado:

Autocuidado não é luxo, é ferramenta de trabalho. E digo mais, quebrar a onipotência do analista é o primeiro passo para ser realmente eficaz.”

E eu lembrei de um texto na obra de Winnicott (1965), que aponta que reconhecer nossos limites como analistas é fundamental para evitar o mito da onipotência, que pode prejudicar tanto terapeuta quanto paciente.

Na mesma supervisão, brinquei: “Se tivesse um prêmio para quem esquece de almoçar por excesso de trabalho, eu ganharia fácil…”

E rimos juntas, porque a supervisão virou para mim não só espaço de correção, mas de acolhimento, respiro e aprendizado para cuidar melhor de mim.

Essa experiência foi decisiva para que eu entendesse que excesso de entrega sem autocuidado não é comprometimento, mas caminho certo para o esgotamento.

O corpo e a mente dão sinais (só que muitas vezes a gente não escuta)

Quando você deixa o almoço para depois, pula pausas, trabalha sem parar, seu corpo começa a mandar sinais claros: fadiga, irritação, falta de concentração, dor de cabeça. Mas, na pressa do dia a dia, a gente ignora.

A ciência confirma o que o corpo diz: a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2022) alerta que profissionais de saúde que negligenciam o autocuidado apresentam taxas mais elevadas de ansiedade, depressão e burnout.

Além disso, a Harvard Business Review (2020) aponta que pequenas pausas aumentam a produtividade em até 34%. Ou seja, a falta de cuidado consigo mesma não só prejudica seu bem-estar, como reduz a qualidade do seu trabalho.

As armadilhas do excesso de entrega: culpa, perfeccionismo e fadiga emocional

Por trás do excesso de entrega, muitas vezes está a culpa, aquela voz interna que diz “Se eu não fizer agora, o paciente ficará sem suporte” ou “Tenho que ser perfeita”.

Esse perfeccionismo cobra um preço alto. A Revista Brasileira de Psicologia (2023) destaca que a fadiga emocional causada pela entrega excessiva é uma das principais razões para desistência precoce da carreira clínica.

Entender que autocuidado é fortalecimento e não fraqueza é o primeiro passo para construir uma carreira longa e feliz.

Como começar a praticar o autocuidado no dia a dia? Cinco passos que fazem a diferença


A boa notícia é que pequenos passos já têm grande impacto. Incorporar o autocuidado à rotina é uma prática que pode ser construída aos poucos.

  1. Planeje pausas obrigatórias
    Reserve na sua agenda momentos para se alimentar, alongar e respirar. Um estudo da Universidade de Stanford (2022) mostra que pausas curtas aumentam o foco e reduzem a fadiga mental.
  2. Defina limites claros
    Estabeleça horários para atendimento e para responder mensagens. Limites bem definidos diminuem a sensação de estar sempre à disposição e reduzem a ansiedade.
  3. Cuide do seu corpo e mente ativamente
    Inclua na rotina hábitos simples: hidratação, alimentação equilibrada, exercícios leves e meditação. A neurociência comprova que esses hábitos ajudam a regular emoções e melhoram a concentração.
  4. Use ferramentas que otimizam seu tempo
    Organizar agenda, prontuário e finanças é um desafio que consome energia. A plataforma OPSI foi criada especialmente para psicólogas como você, que querem mais organização e menos sobrecarga. Com ela, você automatiza processos burocráticos e ganha tempo para cuidar do que realmente importa.
  5. Busque apoio e supervisão
    Participar de grupos de supervisão e mentoria é essencial para dividir a carga emocional, receber apoio e aprender a se cuidar melhor.


Se a rotina parece um turbilhão, e o excesso de demandas ameaça seu equilíbrio, saiba que a tecnologia pode ser sua aliada.

O OPSI oferece funcionalidades que vão desde agenda inteligente, atualização de prontuário digital até controle financeiro integrado.

Com ele, você ganha clareza, organização e mais tempo para focar no seu autocuidado e no atendimento de qualidade.

O autocuidado é resistência e profissionalismo


Cuidar de você mesma não é um luxo ou uma opção, é uma estratégia de sucesso. Negligenciar sua saúde pode parecer dedicação, mas é uma armadilha que leva ao esgotamento e à paralisação da carreira.

Antes de responder aquela devolutiva urgente, faça uma pausa. Almoce. Respire fundo. Sua entrega só tem valor se você estiver inteira.

Para você refletir: Equilibrar entrega e autocuidado é a chave para uma carreira sustentável, saudável e realizada. Você merece estar bem( física e emocionalmente ) para dar o seu melhor no consultório e na vida.

Não espere o esgotamento bater à porta para se cuidar.

Se quiser conversar sobre como trazer mais ordem pro seu consultório de forma prática e sem sobrecarga, me chama no @organizese.psi.

Vamos juntas transformar o caos em clareza. Te vejo na próxima quarta!