Outro dia, recebi uma mensagem de uma colega psicóloga que me acompanha há tempos. Ela dizia algo como:
“Eu estou prograstinando, não é possível!? Sempre deixo tudo para depois, não consigo cumprir minha agenda direito e me sinto culpada o tempo todo. Acho que simplesmente não sei me organizar.”
Essa fala não me surpreendeu, pois já ouvi (e vivi) isso muitas vezes.
Mas, antes de assumir que você é uma “procrastinadora nata”, preciso te perguntar: será que você realmente está procrastinando ou está apenas sobrecarregada?
A diferença entre uma coisa e outra é crucial. Procrastinar significa evitar uma tarefa porque ela causa desconforto, seja por medo, insegurança ou tédio.
Já a sobrecarga vem do excesso de responsabilidades que ultrapassam sua capacidade de execução – e, adivinhe só?
Quando você está sobrecarregada, é natural que pareça que está procrastinando.
Se você sente que está sempre devendo algo para si mesma, talvez o problema não seja “falta de disciplina”, mas sim um modelo de produtividade que não respeita os seus limites.
Você já ouviu falar em produtividade compassiva?
A gente cresceu ouvindo que produtividade é sinônimo de fazer muito, o tempo todo.

Quem não está sempre ocupada, correndo de um lado para o outro e acumulando checklists intermináveis, parece estar falhando.
Entretanto, será que essa lógica faz sentido? Será que ser produtiva significa, necessariamente, estar sobrecarregada?
Se a palavra “produtividade” te faz pensar em longas listas de tarefas, cobrança excessiva e uma eterna sensação de que nunca fez o suficiente, então você precisa conhecer a produtividade compassiva.
A primeira referência que tive sobre esse conceito no Brasil foi com a Thais Godinho, em 2020.
Lembro do impacto que foi ouvir uma mulher falando sobre produtividade de um jeito tão diferente do que eu estava acostumada.
Foi um divisor de águas que me fez refletir sobre os modelos que seguimos no automático e sobre como podemos criar novas formas de nos organizar – de um jeito mais humano, sustentável e realista.
A Thais é especialista em organização pessoal e produtividade, e seu trabalho abriu meus olhos para um novo modelo, mais alinhado com a vida real.
Seus livros, como Vida Organizada, Trabalho Organizado e Propósito, mostram que produtividade não é sobre fazer mais, e sim sobre fazer o que importa, de um jeito que respeite nossos limites e nossa vida.
Se você ainda não conhece o trabalho dela, recomendo muito!
Diferente do modelo tradicional, que valoriza a quantidade acima da qualidade e ignora os limites humanos, a produtividade compassiva propõe uma abordagem mais equilibrada.
Ela reconhece que o bem-estar e a eficiência andam juntos e que trabalhar melhor não significa trabalhar mais, mas sim trabalhar com inteligência, respeito ao seu ritmo e estratégias que funcionam para você.
Pesquisas indicam que essa abordagem pode ter impactos significativos na saúde mental e na performance profissional.
Um novo caminho possível
Um estudo da Harvard Business Review apontou que profissionais que adotam práticas de autocuidado e autocompaixão no trabalho são mais resilientes, criativos e menos propensos ao burnout.
Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que a sobrecarga de trabalho está diretamente ligada a problemas como ansiedade, depressão e doenças cardiovasculares.
Um relatório publicado pela OMS e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que trabalhar mais de 55 horas por semana aumenta em 35% o risco de AVC e em 17% o risco de doenças cardíacas.
Ou seja, não é falta de disciplina que te impede de ser produtiva. Muitas vezes, é o excesso de carga e um modelo de trabalho que não respeita o funcionamento natural do seu corpo e da sua mente.
Agora, vamos aprofundar mais esse tema e entender como a sobrecarga afeta principalmente as mulheres, levando em conta o impacto do ciclo menstrual na produtividade.
Precisamos de um novo modelo de produtividade – especialmente na Psicologia
Se há algo que precisa mudar urgentemente, é a forma como enxergamos a produtividade.
Durante muito tempo, fomos ensinadas a nos comparar com um padrão masculino de trabalho, que não considera as flutuações hormonais, as demandas emocionais e as múltiplas funções que exercemos dentro e fora do consultório.
E esse é um ponto fundamental quando falamos sobre a Psicologia. Segundo o CensoPsi 2022, realizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), 79,2% das psicólogas no Brasil são mulheres.

Isso significa que estamos falando de uma profissão essencialmente feminina, que precisa urgentemente de um modelo de produtividade que leve em consideração as particularidades das mulheres.
A sobrecarga de trabalho e a falta de estratégias de autocuidado podem levar ao esgotamento profissional, afetando não apenas a saúde das psicólogas, mas também a qualidade do atendimento oferecido aos pacientes.
Afinal, profissionais que cuidam de sua saúde mental e bem-estar estão mais aptas a proporcionar um suporte eficaz e empático.
Além disso, reconhecer as especificidades do ciclo menstrual e suas influências na produtividade é essencial para criar ambientes de trabalho mais inclusivos.
Um artigo publicado no portal Hello Clue aponta que permitir uma flexibilização da rotina com base no ciclo menstrual pode melhorar a performance profissional e reduzir a frustração das mulheres ao tentar se encaixar em um modelo de produtividade linear.
7 estratégias para uma produtividade mais humana (e sem culpa)
Se queremos um modelo de produtividade mais humano e eficiente, precisamos parar de tratar todas as semanas como se fossem iguais e começar a trabalhar a favor do nosso corpo, e não contra ele.

Veja 7 dicas para facilitar o seu dia a dia a partir de uma produtividade pensada em você:
- Priorize o essencial e descarte o excesso
- Defina metas realistas (e ajuste suas expectativas)
- Organize suas tarefas com base no seu ciclo menstrual
- Use pausas estratégicas para manter o foco
- Aprenda a dizer “não” sem culpa
- Crie rituais de fechamento para o seu dia de trabalho
- Use o Kanban do OPSI para organizar suas tarefas com praticidade
O Kanban é uma ferramenta visual de organização de tarefas que te ajuda a acompanhar o andamento do seu trabalho de forma clara e intuitiva.
Ele funciona como um quadro dividido em colunas (como “A fazer”, “Em andamento” e “Concluído”), onde você move as tarefas conforme avança. Isso evita sobrecarga, melhora a gestão do tempo e permite que você exerça seu progresso de maneira prática e eficiente.
No Opsi , temos um Kanban digital pensado especialmente para psicólogas empreendedoras, ajudando a equilibrar as demandas do consultório sem estresse.
Se sua lista de tarefas vive caótica e você se sente perdida sobre o que priorizar, o Kanban pode ser a sua solução. No OPSI, temos uma ferramenta de Kanban digital pensada para psicólogas empreendedoras.
Conclusão
A produtividade compassiva nos ensina que não é sobre “vencer a preguiça”, mas sobre encontrar uma maneira de trabalhar que respeite seu tempo, sua energia e seu bem-estar.
Se você vive achando que nunca faz o suficiente, está na hora de repensar sua relação com a produtividade.

Produtividade é sobre equilíbrio, não sobre fazer mais. Se tem algo que quero que você leve este texto, é que a produtividade não tem a ver com se sobrecarregar ou trabalhar até a exaustão.
Ser produtivo significa saber o que é importante, respeitar seus limites e encontrar um ritmo sustentável que funcione para você.
A produção compassiva não é sobre desistir de ser organizada ou disciplinada, mas sim sobre abandonar a culpa e os modelos de trabalho que ignoram sua realidade como mulher, psicóloga e empreendedora.
Quando você aprende a trabalhar de um jeito mais humano, não só sua qualidade de vida melhora, mas também sua eficiência e a qualidade do atendimento que oferece aos seus pacientes.
Agora, eu quero te convidar a dar um primeiro passo nessa mudança. O que, dentro da sua rotina, precisa ser definido para que você trabalhe com mais nível e estratégia?
E se você quer aprender mais sobre como organizar sua rotina com eficiência e sem culpa, convido a conhecer o Kanban do OPSI .
Ele foi criado pensando justamente na realidade de psicólogas que precisam equilibrar demandas clínicas, empreendedoras e pessoais sem enlouquecer.
E me conte nossos comentários: quais dessas estratégias você já aplica no seu dia a dia? Vamos trocar experiências! 💬✨